domingo, 3 de novembro de 2013

FAMÍLIA REAL NO BRASIL COLÔNIA

Texto de Gilberto Cotrim

A CORTE PORTUGUESA NO BRASIL

No inicio do século XIX, os exércitos de Napoleão Bonaparte, imperador da França, dominavam  diversos  países europeus. Praticamente a única força  capaz de resistir  ao exercito  francês  era a poderosa  marinha da Inglaterra. Não  podendo domina-la pela força militar, Bonaparte  tentou  vencê-la pela força econômica.  Para isso,  em 1806  decretou o Bloqueio Continental, pelo qual proibia  os países do continente,europeu fechar os portos  ao comercio inglês. Nessa época, Portugal era governado pelo príncipe  D. João, pois sua mãe tinha problemas mentais. D. João tinha planos de manter-se neutro no conflito  entre franceses e ingleses: não podia  cumprir as ordens de Napoleão e aderir ao Bloqueio Continental, já que mantinha intenso comercio com os ingleses.  Além disso a marinha inglesa  poderia reagir  atacado as colônias de Portugal na América, com o o Brasil.Os exércitos franceses não aceitaram essa indefinição e  invadiram Portugal. Sem condições de resistir  a Corte portuguesa fugiu para o brasil, com a ajuda e escolta da marinha inglesa. Chegaram à Bahia em 22 de janeiro de 1808, depois seguiram pra o Rio de Janeiro onde se instalaram.

Fim do Monopólio Comercial- O governo inglês procurou tirar o máximo  de proveito da proteção militar que deu ao governo português. .]Interessado na  expansão  do mercado  para suas  indústrias, pressionou  D. João  a acabar  com o monopólio  comercial sobre a colônia.
Seis dias após  o desembarque  no Brasil, D. João decretou a abertura dos  portos brasileiros às nações amigas. Com essa medida, acabou com o pacto colonial  e os comerciantes ganhavam liberdade de comércio e o Brasil começava a se emancipar de Portugal, assim, outros países e não somente a Inglaterra poderia comerciar com o Brasil.

Os Tratados de 1810- O governo inglês queria privilégios para comerciar  seus produtos  no Brasil. Em 1810 obteve  a redução  das taxas  cobradas sobre os produtos  que exportava para a colônia. manufaturados ingleses  inundaram a colônia.  O tratado  de Comercio e Navegação de 1810, fixava as taxas alfandegária  em 15% para a Inglaterra e 24% para os outros países  e até Portugal tinha a taxa maior que a Inglaterra 16%.
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Período Joanino -Um mês depois da instalação da corte no Brasil ( RJ)  organizou uma estrutura administrativa , nomeando ministros  de Estado, colocou em funcionamento diversos  órgãos  públicos, instalou Tribunais de Justiça  e criou o Banco do Brasil.  Foi também responsável  pela criação  e implantação de diversas academias  e obras  culturais no Brasil: a Academia Militar,  e da Marinha e o Hospital  Militar, as primeiras  instituições  d ensino  superior com cursos de Medicina , o Jardim Botânico, a Biblioteca Real , a Imprensa régia,  ( Jornal a Gazeta do Rio de Janeiro), a Academia de belas Artes. Foram contratados diversos artistas da  Missão Francesa em 1816, chefiada por Joaquim Lebreton, que trazia   pintor Jean Paptiste Debret entre outros.  As medidas culturais  foram marcadas  por uma mentalidade  colonialista  e não tinham  a preocupação  de beneficiar a colônia, mas de satisfazer os caprichos da elite e  da Corte. Entre  as medidas  econômicas, culturais e administrativas  do governo de D. João algumas  contribuíram  para o processo de  emancipação política brasileira.

Liberdade Fabril - Em 1808, foi decretada  a liberação da atividade industrial no Brasil, autorizando  a instalação de fábricas..Entretanto , a abertura dos portos e a assinatura dos |Tratados de 810 com a Inglaterra dificultaram o processo de industrialização. faltava capital apara investir em máquinas, mão de obra especializada e tecnologia industrial. Além disso os comerciantes ingleses se empenhavam para impedir  o desenvolvimento industrial na colônia pois, não queriam perder o mercado brasileiro.

Elevação do Brasil à Reino Unido a Portugal-  com essa medida o Brasil deixava de ser colônia e passava a ter autonomia administrativa.

Revolução Pernambucana - Em Pernambuco o povo estava revoltado com as altas taxas de impostos  que serviam para sustentar o luxo da Corte portuguesa instalada no Brasil.  Além disso,  outros problemas  afetavam  os habitantes: a grande seca que causou grandes prejuízos à agricultura e provocou  fome ao nordeste. Os preços do algodão e  açúcar estavam caindo de preço no mercado internacional, devido a concorrência do açúcar das Antilhas e o algodão dos Estados do Sul dos EUA.  Tudo isso serviu  para dar inicio  a uma  revolta  contra o governo de D. JoãoVI, que ficou conhecida como a Revolução Pernambucana. Os diversos grupos sociais envolvidos  na revolta  tinham metas  diferentes. Entretanto,  era consensual ao objetivo de proclamar a República , que seria organizada conforme os ideais de igualdade, e fraternidade que inspiraram  a Revolução Francesa.

Ao tomar conhecimento da revolta, o governador de Pernambuco, Caetano Pinto de Miranda Montenegro, deu ordens às tropas militares  para prender os revoltosos, os revoltosos conseguiram resistir à prisão, mataram os militares. O governador apavorado com a resistência, foge do palácio,     mas foi preso pelos revoltosos.  Os rebeldes tomaram o poder e construiram um governo provisório, que decidiu acabar com alguns impostos e elaborar uma constituição, decretando a liberdade religiosa e de imprensa e a igualdade para todos, exceto aos escravos. Naõ queriam indispor-se com os senhores de engenho da região , diziam que libertariam os escravos de modo "lento, gradual e legal".
Reação Governamental - D. João VI tratou de combater a revolta  enviando para a região tropas, armas e navios.Os rebeldes foram duramente atacados, e não resistiram por muito tempo e se entregaram. Os líderes da rebelião foram condenados à morte: Teotônio  Jorge, Padre Pedro  de Sousa Tenório, Antonio Henriques e José de Barros Lima entre outros. A Revolução Pernambucana foi aúnica rebelião antes da independência política do Brasil, que ultrapassou a conspiração. Os rebeldes tomaram o poder  e permaneceram por 75 dias, em 6 de maio a 19 de agosto de 1817. A Revolução Pernambucana, apesar do seu fracasso, entrou para a história como o maior movimento revolucionário do período colonial.

Retorno da Corte à Portugal -Portugal passava por uma crise social e financeira desde que A coroa tinha passado a residir no Brasil fugindo da invasão de Napoleão Bonaparte. Em  Em agosto de 1920, comerciantes da cidade portuguesa do Porto lideraram  um movimento conhecido  como Revolução Liberal. Essa revolução espalhou-se  rapidamente por Portugal, eencontrando apoio em diversos setores da população: camponeses, funcionários públicos, militares, profissionais liberais e conquistou adeptos no Brasil também. Vitoriosos os revoltosos conquistaram o poder e decidiram elaborar uma Constituição de caráter liberal, limitando o poder do rei D. João VI, pretendiam também recolonizar o Brasil. O rei queria ficar no Brasil, e adiou o quanto pode sua volta, mas tropas portuguesas estacionadas no Rio de Janeiro obrigaram sua volt à Portugal em 26 de abril de 1821.

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Regência de D. Pedro - D. João VI deixou seu filho Pedro como príncipe regente do Brasil. O monarca percebia o crescente  processo de autonomia política no Brasil, mas como deixou seu filho  herdeiro da coroa de Portugal, acreditava que pudesse restabelecer a unidade da monarquia portuguesa, e recolonizar o Brasil. Porem, essa  solução política,  tomaram medidas que restringia a autonomia  do governo brasileiro, enfraquecendo a autoridade de D. Pedro. Depois, passaram  a exigir a volta de D. Pedro príncipe regente à Portugal.

Reação das elites brasileiras - Os latifundiários e os grandes comerciantes do Brasil logo perceberam que as intenções  dos deputados das corte de Lisboa e o quanto isso poderia prejudicar os seus negócios . Eles queriam manter a liberdade de comercio e a autonomia  administrativa, por isso,  organizaram-se em torno de D. Pedro, dando-lhe apoio para resistir e desobedecer às ordens que chegavam de Lisboa. Surgia assim o Partido brasileiro, que reunia  homens  de diferentes  posições políticas - como José Bonifácio, Cipriano Barata e Gonçalves Ledo. mas que se uniram para enfrentar  as Cortes de Lisboa  que queriam recolonizar o Brasil. O Partido brasileiro organizou um documento com mais de8 mil assinaturas  pedindo que D. Pedro ficasse no Brasil e não fosse embora para Portugal.


O dia do Fico- Ao receber o  documento com mais de 8 mil assinaturas,  no dia 9 de janeiro de 1822, D, Pedro declarou: "Como é para o bem de todos e a felicidade geral da nação, estou pronto: diga ao povo que fico", Este dia ficou conhecido como o Dia do Fico . D Pedro permaneceu no Brasil, e, meses  depois após o Dia do Fico, D. Pedro tomou uma série de medidas que desagradaram a metrópole, pois preparavam caminho para a independência do Brasil. D. Pedro convocou uma Assembleia Constituinte, organizou a Marinha de Guerra, obrigou as tropas de Portugal a voltarem para o reino. Determinou também que nenhuma lei de Portugal seria colocada em vigor sem o " cumpra-se ", ou seja, sem a sua aprovação. Além disso, o futuro imperador do Brasil, conclamava o povo a lutar pela independência.  
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Proclamação da Independência do Brasil -Os membros da Corte  continuaram a tomar medidas que  submetiam a autoridade de D. Pedro. O confronto chegou ao ponto do rompimento político com Portugal decidido por D. Pedro e pelas forças que o apoiavam. O príncipe fez uma rápida viagem à Minas Gerais e a São Paulo para acalmar setores da sociedade que estavam preocupados com os últimos acontecimento, pois acreditavam que tudo isto poderia ocasionar uma desestabilização social. Durante a viagem, D. Pedro recebeu uma nova carta de Portugal que anulava a Assembleia Constituinte e exigia a volta imediata dele para a metrópole.
Estas notícias chegaram as mãos de D. Pedro quando este estava em viagem de Santos para São Paulo. Próximo ao riacho do Ipiranga, levantou a espada e gritou : " Independência ou Morte !". Este fato ocorreu no dia 7 de setembro de 1822 e marcou a Independência do Brasil. No mês de dezembro de 1822, D. Pedro foi declarado imperador do Brasil e coroado D. Pedro I em 1° de dezembro de 1822.
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 ATIVIDADES!!


  1. Por que a família real e toda a corte portuguesa  se transferiram-se para o Brasil?   
  2. O que foi o Bloqueio Continental? 
  3. Qual foi a primeira atitude administrativa de D. João ao chegar ao Brasil?
  4. Que acordo foi assinado entre Portugal e  Inglaterra e qual era a vantagem  da Inglaterra nesse acordo?
  5. Quais mudanças ocorreram no Rio de Janeiro com a chegada da Família Real?
  6.  A promoção da vida cultural  e das artes tinha cunho social?-
  7. Sobre a Revolução Pernambucana, elabore um quadro contendo: Local e data,  Causas do movimento, o  objetivo, as características e o resultado da revolta.
  1. Explique como a Revolução do Porto influenciou o processo de independência do Brasil?
  2. O que foi o dia do Fico?
  3. Por que D. Pedro resolveu proclamar a Independência do Brasil?
  4. A chegada da Família Real e da Corte Portuguesa ao Rio de Janeiro em 1808 introduziu grandes mudanças na sociedade brasileira. Os grandes proprietários rurais e negociantes aglutinaram-se ainda mais do que antes ao redor da Família Real. Isso permitiu que, no contexto da independência (1822), alguns fenômenos permanecessem, cite  2.  
 Bons Estudos!!
  
Fonte: 
Gilberto Cotrim do livro:  História Geral e do Brasil 2008


DEPOIS DE TER LIDO TODO OS TEXTO ASSISTA AOS VÍDEOS  PARA MELHOR COMPREENSÃO DOS FATOS.
Vídeos retirados do you tube sobre a chegada da Família real no Brasil em 1808. Elaborado por Laurentino Gomes - paranaense de Maringá, formado em Jornalismo pela UFPR, com pós graduação pela Universidade de São Paulo (USP) e cursos na Inglaterra e nos EUA.















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